quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ontem, fomos aos Precários. 2º Encontros Mal Empregados

"2º Encontros Mal Empregados"

A antiga Pensão Portugal situada na Rua das Montras, por cortesia do Sr. Alberto Pereira, abriu de novo as suas portas no passado dia 16 de Abril, desta vez para receber o "2º Encontros Mal Empregados". Este encontro visou discutir a precariedade no emprego e foi uma forma do movimento MayDay e da Associação para a Cidadania - Conselho da Cidade das Caldas da Rainha, promoverem o debate sobre uma situação emergente que atinge mais de um quarto da população em Portugal a trabalhar num regime precário de recibos verdes e em condições socialmente injustas, dando-se continuidade aos encontros/debates que se iniciaram o ano passado em Caldas da Rainha.

O encontro contou com a prestável colaboração do advogado Rui Tibério e Tiago Gillot, e para além do debate, os participantes puderam desfrutar de vários petiscos, ao som dos músicos de intervenção Diana e Pedro.

As portas da antiga Pensão Portugal foram abertas às dezoito horas, tal como estava divulgado, mas a maior parte dos participantes, cerca de três dezenas de pessoas, apenas começaram a chegar depois das dezanove horas.

A conversa entre os presentes decorreu de um modo informal, com o relato de experiências, a troca de informações e o debate de ideias. Os representantes do MayDay deram a conhecer as actividades que as organizações contra a precariedade no emprego têm promovido e apresentaram alguns dados úteis e importantes sobre a precariedade em Portugal. E porque se pretendeu apontar algumas orientações práticas, referiu-se que é muito importante o esforço de todos e que esse esforço passa pelo contributo e/ou participação em actividades, encontros e acções de rua, de modo a se concentrarem esforços e dar-se mais força à voz colectiva contra as condições de precariedade no emprego.

A este propósito, o MyDay divulgou que no próximo dia 1 de Maio se vai realizar em Lisboa a parada Precária e a Associação para a Cidadania considerou muito importante, porque é um acto de cidadania, continuar a promover iniciativas que contribuam para a resolução deste problema.

A actuação dos músicos Diana e Pedro animou o encontro, não só pela criatividade musical mas também pela força inspiradora dos seus textos críticos.

Por volta da meia-noite, a antiga Pensão Portugal encerrou as suas portas, ficando a ideia de que as nossas convicções saíram reforçadas e que no dia seguinte, todos iríamos continuar a dar o nosso esforço para esta causa.

Endereços úteis para divulgar, consultar todos os dias e onde podemos dar o nosso contributo:

Associação para a Cidadania - Conselho da Cidade das Caldas da Rainha: http://ccid-cr.blogspot.com

F.E.R.V.E.: http://fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com

MayDay: http://www.maydaylisboa.net

Precários Inflexíveis: http://precariosinflexiveis.blogspot.com

Associação para a Cidadania - Conselho da Cidade das Caldas da Rainha


segunda-feira, 14 de abril de 2008

Políticas culturais












“Os que faltam à verdade nas pequenas coisas,

Não merecem confiança nas coisas importantes.”

(Albert Einstein)

Ao longo desta caminhada, aprendi com o tempo, como membro da Comissão Executiva, que o humor faz bem à saúde e recomenda-se, e que nos seus grandes momentos do talento, o humorista, ilumina-nos, escondendo a mais profunda e evidente sabedoria com o riso e a gargalhada espontânea.

Não me é difícil explicar por que resolvi escrever este texto e partilhar convosco tal leitura, mas tal como escrevi ao princípio é porque “os que faltam à verdade nas pequenas coisas, não merecem confiança nas coisas importantes”. Ao que me parece, ao identificarem-se certos “agentes culturais”, ou melhor, o empreendorismo cultural, possivelmente a actividade cultural mais poderosa entre as que moldam a sociedade actual e, quer nos demos conta disso ou não, provoca e provocará alterações importantes que reflectir-se-ão no nosso comportamento individual e social. Eticamente isto não tem sentido porque separam o que é daquilo que desejamos e, de um modo um pouco arrogante da minha parte, o “temos de conhecer, iremos conhecer”, não se traduz em cultura no “como conhecemos, iremos aplicar”, até mesmo porque, cada descoberta cultural não traz consigo um manual de instruções para se aplicar, nem é tão pouco um pacote do género “pague um leve três”.

Se a presente conversa com Paulo Ribeiro, contribuir para o Estado da cultura em Caldas da Rainha, que assim seja, porque nunca se deve defender o medo de qualquer conversa, mesmo que haja a tentativa de aconselhar tal procedimento, como se faz nos maços de cigarros, onde neste caso se poderia ler “cuidado que a presente conversa poderá fazer mal à sua saúde mental”. No entanto há que chamar a atenção para qualquer que seja a opinião final do cidadão, penso que a conversa lhe será de maior proveito e também que lhe servirá de exemplo.

Atribui-se apocrificamente à arte jocosa de que a filosofia político-cultural é tão útil para os ditos “agentes culturais”, como a ornitologia para o estudo das aves. A ironia a esta graça merece a devida atenção, mas antes devemos rir, pois no rir está a descoberta nem que seja da própria desconfiança, já que ao grande timoneiro das culturices, ao ter lançado uma campanha contra as aves que destruíam, segundo ele, as culturas agrícolas, aos poucos quase se exterminavam todos os pássaros e, assim, quase se destruíam também as culturas, porque qualquer ornitólogo poderia ter informado os ideólogos, que os odiados pássaros se alimentavam dos insectos que constituíam, esses sim, um perigo muito maior para a agricultura do que as próprias aves. Ora esta casualidade do efeito-causa aplica-se aos ditos agentes, como sábias moscas que se colocam em cima de qualquer porcaria com a mesma facilidade com que pousam em cima da coisa mais bela e sublime, onde estes sabujos com pés de veludo labutam, ora a troco de uma esmola, ora querendo parecer aquilo que não são, mas que são aquilo que sempre foram – oportunistas. Porque nós cidadãos, na condição de humildes pessoas de bem, conseguimos ver. E ver mais longe é uma qualidade que nem todos têm.

Agostinho Brandão

domingo, 13 de abril de 2008

Folheto do 2º Encontro Mal Empregados




Dia 16 de Abril às 18:00
na antiga Pensão Portugal- rua das montras
Com Rui Tibério (Advogado) e membros do Mayday Lisboa

Vamos aos precários?


Conferência/debate: Poder local e participação pública


A conferência/debate organizada/o pela Convergir com o apoio da Associação Comercial do Porto e a Lipor foi muito benéfica para Associação para a Cidadania - Conselho da Cidade- começar a teçer laços com outras Associações empenhadas na cidadania e para delinearmos juntos estratégias fundamentais ...
Resumo:
O objectivo principal da conferência e debate organizado pela Plataforma Interassociativa Convergir, com o apoio da Lipor e da associação comercial, no Porto, dia 11 de Abril na Bolsa era “recolher sugestões e ideias para incentivar alguma forma, a definir futuramente, de tornar mais actuante a intervenção da sociedade civil na cidade do Porto sobre as questões da cidade, designadamente em matéria ambiental e urbanística, para isso ouvindo dirigentes dos dois únicos Conselhos de Cidade existentes no país, o de Caldas da Rainha e o de Coimbra e de um representante da Lipor”. Portanto, ambos os Conselhos de Cidade tinham de ter em conta o objectivo do encontro, assim como, no caso da associação caldense, fazer uma breve apresentação sobre o contexto histórico da fundação do Conselho de Cidade de Caldas da Rainha, estrutura, funcionamento, relações com o poder local, com a população e os seus objectivos e intenções. Os objectivos do encontro foram atingidos, no sentido em que, por um lado, a conferência favoreceu o diálogo entre as associações preocupadas com questões relativas às cidade numa postura que pretendia abrir o debate, isto é, dar a palavra ao cidadão presente na sala, e, por outro lado, o Conselho da Cidade das Caldas da Rainha teve a oportunidade de se dar a conhecer tanto em torno da sua criação, como nas suas propostas e estratégias presentes. Houve entre 40 e 50 participantes que intervieram com perguntas pertinentes em torno da função das associações para a cidadania, das estratégias e acções a desenvolver, das questões ligadas à discussão do PDM, implementação da Agenda 21 Local, como dialogar com o poder local, qual a postura diante dos partidos, mas também foram abordas questões relativas à falta de adesão dos cidadãos, assim como dois aspectos com alguma relevância na nossa sociedade tais como as indignações pontuais e os novos agentes públicos emergentes. O Conselho da Cidade das Caldas fez um resumo histórico e, baseado no seu plano de acção, explicitou algumas das estratégias que está a desenvolver junto do cidadão.